
Até Tim Burton escolhê-la entre quase mil candidatas para o papel-título de "Alice no País das Maravilhas", em 2008, Mia Wasikowska era só mais uma garota australiana que sonhava com a doce vida dos astros e estrelas de cinema. E, antes mesmo de a megaprodução da Disney chegar às telas, a loura nascida e criada em Camberra já tinha tornado seu sonho real: estampava as capas de revistas (inclusive a "Vanity Fair") e viajava mundo afora para fazer novos filmes.
- Tudo aconteceu muito rápido. Um dia eu estava de pijama em casa, sem fazer nada, e no outro tinha sido sugada para dentro de um mundo novo, o estranho mundo de Hollywood - lembra.
Pessoalmente, Mia se revela tímida, discreta e madura. Voz suave e baixinha, fala com a simplicidade de quem não pretende deixar o sucesso subir à cabeça. E ela só tem 20 anos.
- Vivo um dia de cada vez - disse em Park City, onde participou da pré-estreia mundial de "Minhas mães e meu pai", que rodou no ano passado.
- Assim que li o roteiro, percebi como era original, diferente de tudo o que já tinha lido - conta Mia, referindo-se à trama escrita e dirigida por Lisa Cholodenko (do filme "High art" e de "Lynch Pin", episódio da série "The L Word").
A cineasta mostra o que acontece quando os filhos de um casal gay (Julianne Moore e Annette Bening), concebidos por inseminação artificial, querem conhecer o pai biológico, o doador (vivido por Mark Ruffalo). Mia interpreta a filha mais velha, a adolescente Joni.
- O que mais me agrada é a abordagem família. São as pessoas que vivem com a gente que fazem a diferença - diz a atriz, filha da fotógrafa de origem polonesa Marzena Wasikowska e do pintor John Reid.
Elogiada pela crítica, Mia foi sugada pela linha de produção hollywoodiana. Depois de "Minhas mães e meu pai", ela já filmou o drama "Restless", com Gus Van Sant, em Portland, e "Jane Eyre", com Cary Fukunaga, na Inglaterra. Ambos estão em pós-produção e devem sair no ano que vem.
- Foi para rodar "Restless" que eu cortei o cabelo - comentou a atriz, que trocou a longa cabeleira loura por um corte curtinho, à Fada Sininho, para encarnar uma adolescente com medo da morte. - Não me importei em me livrar do meu cabelo. Foi um alívio. No set de "Alice", os cabeleireiros tinham de enrolá-lo o tempo todo. E as mechas caíam na minha cara.
Antes de encaminhar-se para as artes dramáticas, Mia queria ser bailarina. Ela dançou dos 8 aos 14 anos, mas desistiu por causa do intenso treinamento físico:
- Enquanto, no balé, seus movimentos precisam ser absolutamente perfeitos, o cinema me dá a chance de representar as imperfeições humanas, o que acho mais interessante.
Sem falar na dieta rigorosa da dança, que fez Mia se privar de açúcar por dois anos. Mas ela não reclama. Até porque a experiência a ajudou a conseguir o papel de Sophie, a ginasta com transtornos alimentares de "Em terapia" (2008), série premiada da HBO com Gabriel Byrne.
- Foi o meu primeiro papel nos EUA. E aí toda essa loucura começou - lembra, rindo.
Jovem, talentosa e cheia de projetos à mão, ela não poderia mesmo estar mais feliz.
Mia Wasikowska: "Tudo aconteceu muito rápido."
08:07 |
Marcadores:
Mia Wasikowska
Assinar:
Postar comentários (Atom)













0 comentários:
Postar um comentário